porDra. Camila Gavioli

Por que sofremos com queda de cabelo?

Quem já passou por um episódio de queda de cabelo sabe como isso pode ser incômodo. Mas por que a queda de cabelo ocorre e como podemos melhorar essa situação?


A queda de cabelo pode acometer homens e mulheres e pode representar um problema interno de saúde, por isso, é fundamental procurar ajuda de um médico dermatologista especialista no assunto. A perda capilar é causada principalmente pela alopecia androgenética (também conhecida como calvície) e pelo eflúvio telógeno.


A alopecia androgenética, como o próprio nome já diz, é uma doença herdada da genética familiar, principalmente do lado materno. Ela é desencadeada pelo hormônio DHT (di-hidrotestosterona), que gera um afinamento progressivo dos fios, tornando o couro cabeludo mais aparente e com falhas. Nos homens, ela se manifesta com entradas e aparecimento da coroa. Nas mulheres, a falha se situa principalmente no topo da cabeça,
simulando uma árvore de natal.


O eflúvio telógeno é uma alteração do ciclo capilar, que gera uma aceleração das fases de crescimento e de queda gerando uma grande perda de cabelo. O paciente percebe fios espalhados pela casa, uma grande queda no banho e ao pentear, formando grandes “bolos” de cabelo a cada lavagem. O eflúvio telógeno geralmente ocorre 3 meses após um evento
desencadeador, como por exemplo: anemia, alterações da tiroide, perda de peso intensa, parada do uso de anticoncepcional, infecções como dengue e COVID, cirurgias, quadro de estresse importante, entre outras causas. O eflúvio telógeno se manifesta como “entradas” nas laterais do couro cabeludo.


Para o correto diagnóstico da causa da queda de cabelo, é necessário o exame físico do couro cabeludo com o exame de tricoscopia (exame com lente de aumento), para avaliação das raízes. Na tricoscopia, o médico dermatologista irá examinar a espessura dos fios, número de fios por unidade folicular, nascimento de novos fios, vascularização e inflamações. Além disso, também é importante a realização de exames laboratoriais.


O tratamento da queda de cabelo depende da causa da perda capilar, da idade e sexo do paciente, de suas comorbidades, dos exames laboratoriais e se existe desejo de engravidar em breve. Por isso, é um tratamento muito individualizado. No geral, fazemos uma combinação de loções, comprimidos e aplicações injetáveis. O que não orientamos é o uso de
vitaminas por conta própria, pois, além de atrasar o correto diagnóstico, também pode mascarar os exames de sangue.

Dra Camila Gavioli
Dermatologista membro da SBD, especialista em queda de cabelo
CRM-DF 25511 RQE-DF 16863

porDra. Camila Gavioli

Cabelos brancos: como retardar o aparecimento?

O pigmento do cabelo é produzido por uma célula chamada melanócito, que está localizada na raiz do fio. Ele produz o pigmento melanina, por meio de uma enzima chamada tirosinase, e transfere esse pigmento para a haste. Para a perfeita atividade da enzima tirosinase, as vitaminas do corpo precisam estar em níveis normais. Logo, já podemos perceber que as pessoas com deficiências nutricionais poderão ter uma menor produção de pigmento e, com isso, maior formação de cabelos brancos. A cada ciclo capilar, ou seja, toda vez que um cabelo cai e se renova, o novo cabelo que nasce já apresenta uma menor quantidade de melanóticos e isso é um processo normal e fisiológico que acontece com a idade, comandado pela genética de cada pessoa.


O aparecimento de cabelos brancos (também chamado de canície) difere muito em relação a etnia, idade e sexo. Os caucasianos geralmente apresentam o aparecimento de cabelos brancos mais cedo do que os asiáticos e os africanos. Vários fatores levam ao surgimento dos cabelos brancos e podemos dividir esses fatores em internos e externos. O fator interno é a herança genética de cada indivíduo, que não podemos modificar. Nos fatores externos podemos citar as agressões que geram a produção de radicais livres, que podem destruir as células produtoras de pigmento e diminuir a atividade da enzima tirosinase. Entre esse fatores encontram-se: radiações ultravioletas, cigarro, nutrição inadequada, deficiência de vitaminas, sedentarismo, estresse e uso de drogas. Aqui eu destaco o tabagismo, um dos maiores produtores de radicais livres de conhecemos.


Então o estresse realmente gera a uma maior produção de cabelos brancos? Estudo recente da USP confirmou esse fato. Logo, cuidado com a saúde mental é de suma importância nesse quesito.


Ainda não dispomos de um tratamento que cura ou reverta de forma permanente os cabelos brancos. Portanto, a forma mais eficaz, rápida e prática continua sendo o uso de tinturas.  A adoção de medidas de melhora do estilo de vida são fundamentais: suspender o tabagismo, praticar exercícios físicos e manter uma dieta saudável. Algumas loções prontas ou manipuladas e medicações orais antioxidantes, com a finalidade de tentar reduzir os radicais livres também podem ser tentadas, porém ainda sem uma confirmação comprovada de melhora dos cabelos brancos.


Dra Camila Gavioli
Dermatologista membro da SBD
CRM-DF 25511 RQE-DF 16863

porDra. Camila Gavioli

Queda de cabelo e vitaminas

QUEDA DE CABELO E VITAMINAS: assunto cheio de controversas que vou tentar elucidar. Sabidamente a deficiência de vitaminas causa queda de cabelo, principalmente a deficiência de ferro. Porém, o excesso de vitaminas também causa queda de cabelo (principalmente o excesso de vitamina A e selênio). Por isso, o primeiro conceito que eu gostaria de passar é: antes de tomar qualquer vitamina, EXAMES DE SANGUE PRECISAM SER AVALIADOS, para que você não piore a sua situação de queda.

Na maior parte das vezes, a própria alimentação supre a quantidade de vitaminas ideais para o corpo, de forma a não termos uma deficiência grave propriamente dita. E quais são os pacientes em maior risco para deficiências reais de vitaminas? Mulheres com menstruação intensa, doenças intestinais, alcoólatras, pacientes que ingerem OVOS CRUS, pacientes com alimentação inadequada, pós cirurgia bariátrica, anorexia e uso de anticonvulsivantes. Esses sim, estão em maior risco de deficiências de vitaminas.

Então, quando um paciente com queda de cabelo deve tomar uma vitamina? Numa primeira situação, quando ele tiver uma DEFICIÊNCIA DELA nos exames de sangue! Ex.: deficiência de ferro e vitamina D devem ser respostas nos pacientes com queda de cabelo. 

E a FERRITINA? Extremamente controverso, encontramos vários dados na literatura médica. A ferritina é o estoque de ferro do corpo e é detectada por um exame de sangue simples. Seus valores normais são amplos, dependendo do laboratório (no geral varia de 10 a 300 o valor normal da ferritina). Mas, para quem tem queda de cabelo, geralmente, tentamos manter a ferritina acima de 40.

Em relação às outras deficiências de vitamina, na teoria, não temos evidências científicas suficientes que suportem a suplementação de rotina para quem tem queda de cabelo (vitamina E, biotina, vitamina B12…). Nesses casos, a avaliação é INDIVIDUAL e essas vitaminas serão receitadas pelo médico que acompanha o paciente. Por isso, novamente, jamais se automediquem. 

E quem não tem deficiência de vitaminas e tem queda de cabelo? Pode tomar vitaminas? Algumas vitaminas sim! Porém, sempre após uma avaliação individual e com exames de sangue, para, novamente, não piorar a queda. Por isso, não posso indicar nenhuma vitamina genérica por aqui. 

E o silício? Alguns trabalhos científicos mostram que certos pacientes podem se beneficiar do uso do silício, pois ocorre um aumento da papila dérmica do cabelo, a “raíz do cabelo” (com consequente aumento na espessura do fio, gerando um fio mais grosso e menos frágil). Novamente, como as outras vitaminas, o uso do silício deve ser prescrito após avaliação médica.

Último topico: veganos e vegetarianos! Existe uma maior incidência de deficiência de zinco, vitamina B12 e ferro. Por isso, esses pacientes devem ser acompanhados de perto, com avaliação laboratorial periódica. 

Dra Camila Gavioli
Dermatologista membro da SBD
CRM-DF 25511 RQE-DF 16863

porDra. Camila Gavioli

Melasma: conheça os tratamentos

Melasma é uma condição crônica da pele, que se caracteriza por manchas acastanhadas ou avermelhadas que acometem áreas expostas ao sol (principalmente bochechas, nariz, testa e buço).

Essas manchas aparecem principalmente em mulheres, por questões hormonais, sendo extremamente comum o seu início durante ou após a gestação. Além disso, outros fatores que contribuem para o aparecimento do melasma são: exposição solar, exposição a luzes brancas do ambiente (luz visível), calor excessivo, uso de hormônios (principalmente anticoncepcionais) e predisposição genética.

O melasma ocorre por um excesso de depósito do pigmento melanina na pele. Esse depósito pode ser mais superficial ou mais profundo. Isso interfere na resposta ao tratamento pois, quanto mais profundo estiver esse pigmento, mais difícil e resistente será esse melasma. 


O diagnóstico do melasma é clínico, feito durante a consulta. É importante que seja feito por um médico dermatologista, com lentes de aumento, para que se possa diferenciar de outros tipos de manchas marrons que acometem a face e possuem tratamentos diferentes.


O tratamento do melasma é sempre um desafio. A primeira recomendação é a de evitar procedimentos agressivos na pele, pois, se a pele do paciente com melasma se tornar muito vermelha e sensível, essa mancha pode piorar ou sofrer rebote. A orientação mais importante é o uso do filtro solar de forma adequada: recomenda-se utilizar um filtro com alto fps, com cobertura para as radiações UVA, UVB  e luz visível; aplicar duas a três camadas do filtro na pele e reaplicar na hora do almoço (podendo essa reaplicação ser com um filtro solar compacto). Se possível, aplicar um filtro solar com base (lembrando de passar pelo menos duas camadas).


O padrão-ouro para o tratamento de melasma é o uso de cremes associados a medicações orais. Entre os cremes, é possível fazer uma combinação do uso de ácido retinóico, ácido glicólico, ácido azeláico, hidroquinona, alfaarbutin, ácido kójico, entre outros. Recentemente, foi introduzido um novo ativo para o tratamento de melasma, chamado cisteamina. A indicação e concentração de cada produto varia com o tipo de melasma (cor e profundidade do pigmento), tipo de pele (sensível, oleosa ou seca), tom da pele, e quais cremes o paciente já utilizou, visto que cada produto tem o seu tempo limite de uso. Em relação aos tratamentos orais, é possível o uso de ativos clareadores e antioxidantes, principalmente se maior exposição solar (no verão, por exemplo), que devem ser iniciados um mês antes da exposição. O paciente com melasma pode fazer alguns procedimentos em consultório como peeling, microagulhamento e laser Lavieen. Esses procedimentos devem ser feitos com cautela, por um profissional experiente, de forma a não agredir a pele.


Por último, gostaria de lembrar que o melasma é um problema crônico e recidivante da pele. Logo, quando a mancha clarear, é necessário um tratamento de manutenção durante todo o ano. Dessa forma, é possível evitar que essas temidas manchas voltem.

Dra Camila Gavioli- Dermatologista membro da SBD
CRM-DF 25511 RQE-DF 16863

porDra. Camila Gavioli

Cuidados com a pele no verão

O verão está chegando e precisamos nos atentar para alguns cuidados com a nossa pele nessa estação do ano. Os cuidados devem ser redobrados nesse período, devido ao alto índice de radiações solares. 

Deixo aqui 10 dicas de cuidados:

  1. Usar filtro solar de fator alto, acima de 50, 30 minutos antes da exposição solar e reaplicar o filtro a cada 2 horas. Também deve ser reaplicado toda vez que entrar na água do mar/ piscina ou quando estiver suando muito. 
  2. Utilizar acessórios como: chapéu, roupa com proteção solar e óculos, para maior proteção contra o sol. 
  3. Evitar exposição solar em excesso e principalmente, evitar queimaduras solares (pois predispõem ao câncer de pele). Por isso, é importante evitar exposição solar as 10 às 16 horas. 
  4. Ao sair da praia, tomar um banho para remover o excesso de sal e areia e eventuais micro-organismos. Após o banho, aplicar um creme ou loção de hidratação corporal.
  5. Reforçar a hidratação, por dentro e por fora: usar bons hidratantes diariamente e após a praia e aumentar a ingestão de líquidos (no mínimo 3 litros por dia).
  6. Utilizar sabonetes para limpeza da pele e produtos noturnos específicos para o verão, evitando ácido retinoico.
     
  7. Ingerir alimentos com betacarotenos, pois são antioxidantes e diminuem o dano do sol à pele: cenoura, abóbora, mamão e beterraba. 
  8. Para quem sofre de melasma: reaplicar o filtro a cada 2 horas, iniciar o uso de antioxidantes e clareadores orais 30 dias antes da exposição solar, utilizar clareadores compatíveis com o verão e levar água termal para a praia, para resfriar a temperatura do corpo. O calor e o mormaço também pioram os casos de melasma.
  9. Para quem tem acne: utilizar sabonetes de limpeza profunda, filtro solar sequinho, hidratante durante o dia e produtos de acne específicos para o verão.
  10. Evitar realizar procedimentos dermatológicos e laser muito agressivos nessa época, pela chance de manchar a pele.

Dra Camila Gavioli
CRM/DF 25511 RQE/DF 16863
CRM/ES 10863 RQE/ES 10402

porDra. Camila Gavioli

Tricoscopia: exame para avaliar queda de cabelo

A tricoscopia é um exame diagnóstico do couro cabeludo e da haste capilar, fundamental para o médico dermatologista especialista em cabelos e queda de cabelo. Permite fazer o diagnóstico das mais diversas formas de alopecias, sendo extremamente importante na avaliação capilar.

A tricoscopia é realizada com lentes específicas que ampliam em 10x até 1000x a imagem do couro cabeludo e do cabelo, dependendo do aparelho utilizado. Pode ser realizada com dermatoscópio manual ou digital e videodermatoscópios.

É um exame fundamental na avaliação, diagnóstico e seguimento dos pacientes com distúrbios capilares, pois permite a análise detalhada das hastes, raízes e orifícios foliculares. Assim, podemos detectar através da tricoscopia: número de fios por unidade folicular, espessura do cabelo, presença ou ausência de fios em crescimento, presença de fios em afinamento progressivo e óstios foliculares vazios. Além disso, também possibilita a avaliação de sinais de inflamação, descamação, lesões pigmentadas, vasos sanguíneos do couro cabeludo e o diagnóstico precoce de lesões pré-malignas e câncer de pele no couro cabeludo.

Ademais, permite a obtenção de fotos ampliadas em cada consulta, para comparação no decorrer do tratamento. Caso o paciente apresente um distúrbio capilar que necessite de biópsia de couro cabeludo, a tricoscopia é o exame que vai guiar o local mais apropriado para o médico realizar a biópsia.

A tricoscopia é indicada para doentes femininos ou masculinos de qualquer idade com queixa de queda de cabelo e/ou alterações do couro cabeludo. É um exame rápido, feito em consultório e indolor.

Dra Camila Gavioli

CRM-DF 25511 RQE-DF 16863
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porDra. Camila Gavioli

Queda de cabelo pós-parto

A queda de cabelo após o parto é uma queixa muito comum na prática dermatológica. Mas ela ocorre por quê? Antes de começar a falar desse problema, vamos entender alguns conceitos.

O ciclo de vida do cabelo é dividido em três fases:   

  1. Fase anágena: fase de crescimento, que dura em média 2 a 6 anos, na qual ocorre uma intensa multiplicação das células das raízes do fio;
  2. Fase catágena: fase de regressão do cabelo, na qual o fio apresenta interrupção do crescimento, morte de células da raiz e início do processo do desprendimento do cabelo do couro cabeludo. Essa fase dura em média 3 semanas;
  3. Fase telógena: fase de completo repouso do fio, na qual não existe nenhum metabolismo e nenhum crescimento do cabelo. Essa fase dura em médica 3 meses. É interessante ressaltar que a queda do fio ocorre ao final da fase telógena, ou seja, ao final desses 3 meses.

Essas fases são completamente dessincronizadas, ou seja, cada fio se encontra em um estágio de sua vida (temos fios mais novos, mais velhos, alguns crescendo, outros caindo…). Afinal, se todos crescessem e caíssem juntos, de tempos em tempos ficaríamos carecas.

Quando a mulher engravida, ocorre um aumento da quantidade de hormônios (progesterona e estradiol) no sangue. Esses hormônios aumentam a fase anágena (de crescimento) e impedem que os cabelos entrem em fase telógena (de queda).  Por isso, é comum o relato de que o cabelo fica mais cheio e grosso na gestação. Com o parto, ocorre a queda desses hormônios abruptamente e, conseqüentemente, os cabelos entram na fase telógena (de queda), TODOS DE UMA VEZ.  E ao final dos 3 meses da fase telógena, eles caem. Por isso, o mais comum é que a queda de cabelo ocorra após 3 meses do parto, e não imediatamente, uma vez que o cabelo só se desprende do couro cabeludo ao final dos 3 meses da fase telógena.

Logo, o primeiro recado é: a queda de cabelo após o parto NÃO ESTÁ RELACIONADA COM A AMAMENTAÇÃO, muito pelo contrário, a amamentação pode inclusive ter um efeito protetor nessa queda de cabelo. Por isso, não se deve suspender a amamentação nesse período com o intuito de melhorar a queda.

O segundo recado é: se você teve uma queda acentuada em uma gestação, não significa que terá em todas. Geralmente na primeira gravidez a queda pode ser maior.

E o que fazer com essa queda de cabelo? Em primeiro lugar, uma anamnese a fim de investigar o estado de saúde dessas pacientes.  Além disso, realizar exames laboratoriais para excluir anemia e deficiência de vitaminas, que podem ocorrer nesse período. Alguns autores recomendam manter os estoques de ferro mais altos para ajudar na recuperação dos fios, mesmo que a paciente não tenha uma anemia ou uma deficiência propriamente dita.

O couro cabeludo deve ser avaliado com tricoscopia (lentes de aumento) para averiguar se existem outras condições capilares associadas e acompanhar o nascimento dos novos fios.

E existe alguma forma de prevenir essa queda pós-parto? NÃO! Não existe vitamina/ tônico/ shampoo para ser usado de forma a prevenir a queda de cabelo pós-parto.

Existe tratamento? No geral, essa queda melhora espontaneamente em 3 a 6 meses, sem nenhum tratamento, com a recuperação completa dos fios. Porém, existem algumas medicações tópicas/orais que podem ser usadas pelas mães que estão amamentando que ajudam a controlar essa fase.

A preocupação da queda de cabelo pós-parto é para aquelas pacientes que já sofrem de algum problema capilar prévio, principalmente a calvície feminina: nesses casos, a perda capilar pós- parto pode ser um fator agravante do quadro, com menor chance de recuperação dos fios perdidos, se não houver tratamento.

Dra Camila Gavioli

CRM/DF 25.511 RQE/DF 16863

CRM/ES 10.863 RQE/ES 10402

porDra. Camila Gavioli

Vacinação contra o vírus HPV: com qual idade devo tomar?

O HPV é um vírus transmitido principalmente de forma sexual (embora não seja a única forma de transmissão), infectando pele e mucosa. É o causador de verrugas anogenitais (condiloma), além de poder gerar câncer de colo de útero, vulva, vagina, ânus, pênis e orofaringe. Um dos grandes problemas do HPV é que pode permanecer no organismo sem gerar lesões aparentes por até 20 anos (mas mesmo assim pode infectar outra pessoa). Além disso, as lesões na mulher, como muitas vezes não são facilmente visualizadas, podem demorar anos para serem diagnosticadas.

Mais de 150 tipos de HPV já foram identificados, sendo os tipos 16 e 18 os principais causadores de câncer e os tipos 6 e 11 os principais causadores de verrugas genitais. Logo, a melhor forma de prevenção é a vacina QUADRIVALENTE (nome comercial Gardasil), que protege contra as quatro cepas. Essa vacina deve ser administrada em 2 doses nos pacientes abaixo de 15 anos (com intervalo de 6 meses) e em 3 doses para os pacientes acima de 15 anos (momento inicial, após 2 meses e após 6 meses da primeira dose).

Já está disponível a vacinação gratuita contra o vírus  HPV pelo Ministério da Saúde para meninas de 9 a 14 anos e para meninos de 11 a 14 anos.

E após essa idade? As pessoas devem sim se programar para receber as 3 doses da vacina, idealmente até os 26 anos, pois, quanto mais cedo, maior é a produção de anticorpos (após os 26 anos, a formação de anticorpos é menor) e quanto mais cedo,  menor a chance de uma pessoa já ter sido exposta ao vírus HPV.  Não há problema em utilizar a vacina após os 26 anos, porém ela terá uma menor eficácia.

E quem já  teve HPV, deve tomar a vacina? Sim, com a finalidade de proteção contra as outras cepas que ainda não foram transmitidas, lembrando que a  vacina não trata as lesões já existentes.

Paciente imunodeprimido (ex. HIV) pode tomar a vacina? Sim, pois ela é feita da “capa” do vírus.

E o mais importante: PREVENÇÃO contra a infecção pelo HPV e o diagnóstico precoce é essencial, por isso o uso de preservativos e o exame regular de papanicolau é indispensável.

Dra Camila Gavioli

Dermatologista membro da SBD

CRM-DF 25511 RQE-DF 16863

CRM-ES 10863 RQE-ED 10402

porDra. Camila Gavioli

Radiofrequência microagulhada

A radiofrequência microagulhada é um aparelho que entrega uma energia a nível subdérmico através de microagulhas. Essa energia gera aquecimento dos tecidos profundos da derme e, com isso, ocorre um grande estímulo à síntese de colágeno do próprio paciente.

O procedimento é feito com um dispositivo (como se fosse uma “caneta com várias agulhas”) que são disparadas na pele do paciente. No aparelho, é possível pré-estabelecer os seguintes parâmetros: profundidade de penetração das agulhas, duração da liberação da energia no interior da pele, número de agulhas que penetrarão na pele e potência da energia. É possível, por exemplo, realizar 2 a 3 passadas do dispositivo numa mesma sessão, em profundidades diferentes, de forma a trabalhar várias camadas da pele.

Em alguns aparelhos modernos, as microagulhas são recobertas por ouro, a fim de aumentar a condução da energia. E, como a energia é entregue em camadas profundas, esse procedimento é seguro em relação a superfície cutânea, podendo ser realizados em todos os tons de pele.

Ao final da sessão é possível realizar o drug delivery: entrega de moléculas, substâncias e vitaminas nas camadas mais profundas da pele pelos micro-orifícios gerados pelas microagulhas.

E quais as indicações para a realização de radiofrequência microagulhada?

-Cicatrizes de acne;

-Cicatrizes de cirurgia;

-Flacidez da pele;

-Estrias;

-Rugas da face e pescoço;

Drug delivery;

-Volumização da pele;

-Bolsas infraorbitais.

O número de sessões varia de acordo com cada paciente, mas, no geral, são necessárias 1 a 5 sessões mensais. O procedimento é feito em consultório, após anestesia local com pomada, e dura aproximadamente 40 minutos. Após a sessão a pele se torna vermelha e levemente edematosa, que melhora dentro de 24 a 48 horas.

porDra. Camila Gavioli

Rosácea: sintomas, causas e tratamentos

O que é rosácea?

Rosácea é uma doença crônica e comum da pele, que se manifesta por períodos de exacerbações e de acalmia. Ela costuma aparecer entre os 30 e 50 anos de idade, mais comumente em mulheres brancas. O paciente com rosácea pode apresentar desde vermelhidão no rosto, principalmente nas bochechas, nariz, testa e queixo, até pápulas vermelhas e amareladas (como se fossem espinhas) e sensação de queimação e ardência no rosto. A pele de quem apresenta rosácea é extremamente sensível, portanto, deve-se evitar tratamentos com laser, peelings e esfoliação muito agressivos, e utilizar produtos específicos para a pele com rosácea, evitando certos tipos de ácidos.

Como é feito o diagnóstico de rosácea?

 O diagnóstico de rosácea é clínico, feito na própria consulta com o médico dermatologista. Atualmente os critérios diagnósticos foram reformulados, então se o paciente apresentar uma vermelhidão no centro da face, de forma fixa, que periodicamente se intensifica, ou apresentar uma fima, já é diagnóstico de rosácea. A fima é o estágio final da rosácea que ocorre devido à hiperplasia de glândulas sebáceas, edema e fibrose dando a aparência de aumento da região, mais comumente da região nasal. Outros critérios que devem ser buscados nos pacientes são: “flushing”, pápulas e pústulas (como se fossem espinhas), telangiectasias (vasos dilatados), sensação de ardor/queimação e ressecamento da pele.

Quais são os fatores desencadeantes?

Os principais fatores desencadeantes são:

– Exposição solar (radiação ultravioleta), temperatura quente no ambiente e bebidas/alimentos muito quentes (café e chás);

– Temperatura e ventos frios;

– Alguns alimentos como chocolate, comidas apimentadas e bebidas alcóolicas;

– Estresse;

– Atividade física intensa.

Por que ela ocorre?

 A etiologia da rosácea ainda não é totalmente esclarecida, mas acredita-se que presdisposição genética, alterações neurais, vasculares e do sistema imune inato e adaptativo gerem uma cascata de dilatação vascular e inflamação da pele. Acredita-se também na participação do ácaro da flora normal da pele (Demodex folliculorum).

Quais são os diagnósticos diferenciais?

 Os principais diagnósticos diferenciais são acne e dermatite seborreica.

O paciente com rosácea deve ir ao oftalmologista?

SIM! Todo paciente com rosácea deve ter uma avaliação ocular. A rosácea pode acometer os olhos, gerando quadros de blefarite, esclerite, conjuntivite, entre outros.

Quais são as comorbidades associadas com a rosácea?

Além do acometimento ocular, o paciente com rosácea pode apresentar as seguintes comorbidades:

– Cardiovascular: diabetes, hipertensão, alteração no colesterol;

– Intestinal: síndrome do intestino irritável, infecção pelo Helicobacter pylori, doença inflamatória intestinal;

– Neurológica: enxaqueca;

– Psiquiátrica: depressão e ansiedade.

Como tratar a rosácea?

Em primeiro lugar, os cuidados gerais com a pele que todo paciente com rosácea deve ter, independente do grau: limpeza com sabonetes suaves, hidratantes específicos, filtro solar e evitar os fatores desencadeantes. A vermelhidão persistente do rosto pode ser tratada usando a luz pulsada. Para graus leves/moderados, pode-se utilizar antibióticos tópicos, ácidos mais suaves e cremes de ivermectina. Para graus severos, deve-se utilizar antibióticos orais ou baixas doses de isotretinoína.

Quem tem rosácea pode usar ácido, fazer laser ou peeling?

 Pode, mas com moderação e de forma mais suave, uma vez que a pele do paciente com rosácea é mais sensível.

 

 

Dra Camila Fátima Biancardi Gavioli

CRM DF 25511/ CRM ES 10863