Categoria Dermatologia Pele e Estética

porDra. Camila Gavioli

Melasma: conheça os tratamentos

Melasma é uma condição crônica da pele, que se caracteriza por manchas acastanhadas ou avermelhadas que acometem áreas expostas ao sol (principalmente bochechas, nariz, testa e buço).

Essas manchas aparecem principalmente em mulheres, por questões hormonais, sendo extremamente comum o seu início durante ou após a gestação. Além disso, outros fatores que contribuem para o aparecimento do melasma são: exposição solar, exposição a luzes brancas do ambiente (luz visível), calor excessivo, uso de hormônios (principalmente anticoncepcionais) e predisposição genética.

O melasma ocorre por um excesso de depósito do pigmento melanina na pele. Esse depósito pode ser mais superficial ou mais profundo. Isso interfere na resposta ao tratamento pois, quanto mais profundo estiver esse pigmento, mais difícil e resistente será esse melasma. 


O diagnóstico do melasma é clínico, feito durante a consulta. É importante que seja feito por um médico dermatologista, com lentes de aumento, para que se possa diferenciar de outros tipos de manchas marrons que acometem a face e possuem tratamentos diferentes.


O tratamento do melasma é sempre um desafio. A primeira recomendação é a de evitar procedimentos agressivos na pele, pois, se a pele do paciente com melasma se tornar muito vermelha e sensível, essa mancha pode piorar ou sofrer rebote. A orientação mais importante é o uso do filtro solar de forma adequada: recomenda-se utilizar um filtro com alto fps, com cobertura para as radiações UVA, UVB  e luz visível; aplicar duas a três camadas do filtro na pele e reaplicar na hora do almoço (podendo essa reaplicação ser com um filtro solar compacto). Se possível, aplicar um filtro solar com base (lembrando de passar pelo menos duas camadas).


O padrão-ouro para o tratamento de melasma é o uso de cremes associados a medicações orais. Entre os cremes, é possível fazer uma combinação do uso de ácido retinóico, ácido glicólico, ácido azeláico, hidroquinona, alfaarbutin, ácido kójico, entre outros. Recentemente, foi introduzido um novo ativo para o tratamento de melasma, chamado cisteamina. A indicação e concentração de cada produto varia com o tipo de melasma (cor e profundidade do pigmento), tipo de pele (sensível, oleosa ou seca), tom da pele, e quais cremes o paciente já utilizou, visto que cada produto tem o seu tempo limite de uso. Em relação aos tratamentos orais, é possível o uso de ativos clareadores e antioxidantes, principalmente se maior exposição solar (no verão, por exemplo), que devem ser iniciados um mês antes da exposição. O paciente com melasma pode fazer alguns procedimentos em consultório como peeling, microagulhamento e laser Lavieen. Esses procedimentos devem ser feitos com cautela, por um profissional experiente, de forma a não agredir a pele.


Por último, gostaria de lembrar que o melasma é um problema crônico e recidivante da pele. Logo, quando a mancha clarear, é necessário um tratamento de manutenção durante todo o ano. Dessa forma, é possível evitar que essas temidas manchas voltem.

Dra Camila Gavioli- Dermatologista membro da SBD
CRM-DF 25511 RQE-DF 16863

porDra. Camila Gavioli

Cuidados com a pele no verão

O verão está chegando e precisamos nos atentar para alguns cuidados com a nossa pele nessa estação do ano. Os cuidados devem ser redobrados nesse período, devido ao alto índice de radiações solares. 

Deixo aqui 10 dicas de cuidados:

  1. Usar filtro solar de fator alto, acima de 50, 30 minutos antes da exposição solar e reaplicar o filtro a cada 2 horas. Também deve ser reaplicado toda vez que entrar na água do mar/ piscina ou quando estiver suando muito. 
  2. Utilizar acessórios como: chapéu, roupa com proteção solar e óculos, para maior proteção contra o sol. 
  3. Evitar exposição solar em excesso e principalmente, evitar queimaduras solares (pois predispõem ao câncer de pele). Por isso, é importante evitar exposição solar as 10 às 16 horas. 
  4. Ao sair da praia, tomar um banho para remover o excesso de sal e areia e eventuais micro-organismos. Após o banho, aplicar um creme ou loção de hidratação corporal.
  5. Reforçar a hidratação, por dentro e por fora: usar bons hidratantes diariamente e após a praia e aumentar a ingestão de líquidos (no mínimo 3 litros por dia).
  6. Utilizar sabonetes para limpeza da pele e produtos noturnos específicos para o verão, evitando ácido retinoico.
     
  7. Ingerir alimentos com betacarotenos, pois são antioxidantes e diminuem o dano do sol à pele: cenoura, abóbora, mamão e beterraba. 
  8. Para quem sofre de melasma: reaplicar o filtro a cada 2 horas, iniciar o uso de antioxidantes e clareadores orais 30 dias antes da exposição solar, utilizar clareadores compatíveis com o verão e levar água termal para a praia, para resfriar a temperatura do corpo. O calor e o mormaço também pioram os casos de melasma.
  9. Para quem tem acne: utilizar sabonetes de limpeza profunda, filtro solar sequinho, hidratante durante o dia e produtos de acne específicos para o verão.
  10. Evitar realizar procedimentos dermatológicos e laser muito agressivos nessa época, pela chance de manchar a pele.

Dra Camila Gavioli
CRM/DF 25511 RQE/DF 16863
CRM/ES 10863 RQE/ES 10402

porDra. Camila Gavioli

Vacinação contra o vírus HPV: com qual idade devo tomar?

O HPV é um vírus transmitido principalmente de forma sexual (embora não seja a única forma de transmissão), infectando pele e mucosa. É o causador de verrugas anogenitais (condiloma), além de poder gerar câncer de colo de útero, vulva, vagina, ânus, pênis e orofaringe. Um dos grandes problemas do HPV é que pode permanecer no organismo sem gerar lesões aparentes por até 20 anos (mas mesmo assim pode infectar outra pessoa). Além disso, as lesões na mulher, como muitas vezes não são facilmente visualizadas, podem demorar anos para serem diagnosticadas.

Mais de 150 tipos de HPV já foram identificados, sendo os tipos 16 e 18 os principais causadores de câncer e os tipos 6 e 11 os principais causadores de verrugas genitais. Logo, a melhor forma de prevenção é a vacina QUADRIVALENTE (nome comercial Gardasil), que protege contra as quatro cepas. Essa vacina deve ser administrada em 2 doses nos pacientes abaixo de 15 anos (com intervalo de 6 meses) e em 3 doses para os pacientes acima de 15 anos (momento inicial, após 2 meses e após 6 meses da primeira dose).

Já está disponível a vacinação gratuita contra o vírus  HPV pelo Ministério da Saúde para meninas de 9 a 14 anos e para meninos de 11 a 14 anos.

E após essa idade? As pessoas devem sim se programar para receber as 3 doses da vacina, idealmente até os 26 anos, pois, quanto mais cedo, maior é a produção de anticorpos (após os 26 anos, a formação de anticorpos é menor) e quanto mais cedo,  menor a chance de uma pessoa já ter sido exposta ao vírus HPV.  Não há problema em utilizar a vacina após os 26 anos, porém ela terá uma menor eficácia.

E quem já  teve HPV, deve tomar a vacina? Sim, com a finalidade de proteção contra as outras cepas que ainda não foram transmitidas, lembrando que a  vacina não trata as lesões já existentes.

Paciente imunodeprimido (ex. HIV) pode tomar a vacina? Sim, pois ela é feita da “capa” do vírus.

E o mais importante: PREVENÇÃO contra a infecção pelo HPV e o diagnóstico precoce é essencial, por isso o uso de preservativos e o exame regular de papanicolau é indispensável.

Dra Camila Gavioli

Dermatologista membro da SBD

CRM-DF 25511 RQE-DF 16863

CRM-ES 10863 RQE-ED 10402

porDra. Camila Gavioli

Radiofrequência microagulhada

A radiofrequência microagulhada é um aparelho que entrega uma energia a nível subdérmico através de microagulhas. Essa energia gera aquecimento dos tecidos profundos da derme e, com isso, ocorre um grande estímulo à síntese de colágeno do próprio paciente.

O procedimento é feito com um dispositivo (como se fosse uma “caneta com várias agulhas”) que são disparadas na pele do paciente. No aparelho, é possível pré-estabelecer os seguintes parâmetros: profundidade de penetração das agulhas, duração da liberação da energia no interior da pele, número de agulhas que penetrarão na pele e potência da energia. É possível, por exemplo, realizar 2 a 3 passadas do dispositivo numa mesma sessão, em profundidades diferentes, de forma a trabalhar várias camadas da pele.

Em alguns aparelhos modernos, as microagulhas são recobertas por ouro, a fim de aumentar a condução da energia. E, como a energia é entregue em camadas profundas, esse procedimento é seguro em relação a superfície cutânea, podendo ser realizados em todos os tons de pele.

Ao final da sessão é possível realizar o drug delivery: entrega de moléculas, substâncias e vitaminas nas camadas mais profundas da pele pelos micro-orifícios gerados pelas microagulhas.

E quais as indicações para a realização de radiofrequência microagulhada?

-Cicatrizes de acne;

-Cicatrizes de cirurgia;

-Flacidez da pele;

-Estrias;

-Rugas da face e pescoço;

Drug delivery;

-Volumização da pele;

-Bolsas infraorbitais.

O número de sessões varia de acordo com cada paciente, mas, no geral, são necessárias 1 a 5 sessões mensais. O procedimento é feito em consultório, após anestesia local com pomada, e dura aproximadamente 40 minutos. Após a sessão a pele se torna vermelha e levemente edematosa, que melhora dentro de 24 a 48 horas.

porDra. Camila Gavioli

Rosácea: sintomas, causas e tratamentos

O que é rosácea?

Rosácea é uma doença crônica e comum da pele, que se manifesta por períodos de exacerbações e de acalmia. Ela costuma aparecer entre os 30 e 50 anos de idade, mais comumente em mulheres brancas. O paciente com rosácea pode apresentar desde vermelhidão no rosto, principalmente nas bochechas, nariz, testa e queixo, até pápulas vermelhas e amareladas (como se fossem espinhas) e sensação de queimação e ardência no rosto. A pele de quem apresenta rosácea é extremamente sensível, portanto, deve-se evitar tratamentos com laser, peelings e esfoliação muito agressivos, e utilizar produtos específicos para a pele com rosácea, evitando certos tipos de ácidos.

Como é feito o diagnóstico de rosácea?

 O diagnóstico de rosácea é clínico, feito na própria consulta com o médico dermatologista. Atualmente os critérios diagnósticos foram reformulados, então se o paciente apresentar uma vermelhidão no centro da face, de forma fixa, que periodicamente se intensifica, ou apresentar uma fima, já é diagnóstico de rosácea. A fima é o estágio final da rosácea que ocorre devido à hiperplasia de glândulas sebáceas, edema e fibrose dando a aparência de aumento da região, mais comumente da região nasal. Outros critérios que devem ser buscados nos pacientes são: “flushing”, pápulas e pústulas (como se fossem espinhas), telangiectasias (vasos dilatados), sensação de ardor/queimação e ressecamento da pele.

Quais são os fatores desencadeantes?

Os principais fatores desencadeantes são:

– Exposição solar (radiação ultravioleta), temperatura quente no ambiente e bebidas/alimentos muito quentes (café e chás);

– Temperatura e ventos frios;

– Alguns alimentos como chocolate, comidas apimentadas e bebidas alcóolicas;

– Estresse;

– Atividade física intensa.

Por que ela ocorre?

 A etiologia da rosácea ainda não é totalmente esclarecida, mas acredita-se que presdisposição genética, alterações neurais, vasculares e do sistema imune inato e adaptativo gerem uma cascata de dilatação vascular e inflamação da pele. Acredita-se também na participação do ácaro da flora normal da pele (Demodex folliculorum).

Quais são os diagnósticos diferenciais?

 Os principais diagnósticos diferenciais são acne e dermatite seborreica.

O paciente com rosácea deve ir ao oftalmologista?

SIM! Todo paciente com rosácea deve ter uma avaliação ocular. A rosácea pode acometer os olhos, gerando quadros de blefarite, esclerite, conjuntivite, entre outros.

Quais são as comorbidades associadas com a rosácea?

Além do acometimento ocular, o paciente com rosácea pode apresentar as seguintes comorbidades:

– Cardiovascular: diabetes, hipertensão, alteração no colesterol;

– Intestinal: síndrome do intestino irritável, infecção pelo Helicobacter pylori, doença inflamatória intestinal;

– Neurológica: enxaqueca;

– Psiquiátrica: depressão e ansiedade.

Como tratar a rosácea?

Em primeiro lugar, os cuidados gerais com a pele que todo paciente com rosácea deve ter, independente do grau: limpeza com sabonetes suaves, hidratantes específicos, filtro solar e evitar os fatores desencadeantes. A vermelhidão persistente do rosto pode ser tratada usando a luz pulsada. Para graus leves/moderados, pode-se utilizar antibióticos tópicos, ácidos mais suaves e cremes de ivermectina. Para graus severos, deve-se utilizar antibióticos orais ou baixas doses de isotretinoína.

Quem tem rosácea pode usar ácido, fazer laser ou peeling?

 Pode, mas com moderação e de forma mais suave, uma vez que a pele do paciente com rosácea é mais sensível.

 

 

Dra Camila Fátima Biancardi Gavioli

CRM DF 25511/ CRM ES 10863