Arquivo mensal janeiro 2020

porDra. Camila Gavioli

Melasma: conheça os tratamentos

Melasma é uma condição crônica da pele, que se caracteriza por manchas acastanhadas ou avermelhadas que acometem áreas expostas ao sol (principalmente bochechas, nariz, testa e buço).

Essas manchas aparecem principalmente em mulheres, por questões hormonais, sendo extremamente comum o seu início durante ou após a gestação. Além disso, outros fatores que contribuem para o aparecimento do melasma são: exposição solar, exposição a luzes brancas do ambiente (luz visível), calor excessivo, uso de hormônios (principalmente anticoncepcionais) e predisposição genética.

O melasma ocorre por um excesso de depósito do pigmento melanina na pele. Esse depósito pode ser mais superficial ou mais profundo. Isso interfere na resposta ao tratamento pois, quanto mais profundo estiver esse pigmento, mais difícil e resistente será esse melasma. 


O diagnóstico do melasma é clínico, feito durante a consulta. É importante que seja feito por um médico dermatologista, com lentes de aumento, para que se possa diferenciar de outros tipos de manchas marrons que acometem a face e possuem tratamentos diferentes.


O tratamento do melasma é sempre um desafio. A primeira recomendação é a de evitar procedimentos agressivos na pele, pois, se a pele do paciente com melasma se tornar muito vermelha e sensível, essa mancha pode piorar ou sofrer rebote. A orientação mais importante é o uso do filtro solar de forma adequada: recomenda-se utilizar um filtro com alto fps, com cobertura para as radiações UVA, UVB  e luz visível; aplicar duas a três camadas do filtro na pele e reaplicar na hora do almoço (podendo essa reaplicação ser com um filtro solar compacto). Se possível, aplicar um filtro solar com base (lembrando de passar pelo menos duas camadas).


O padrão-ouro para o tratamento de melasma é o uso de cremes associados a medicações orais. Entre os cremes, é possível fazer uma combinação do uso de ácido retinóico, ácido glicólico, ácido azeláico, hidroquinona, alfaarbutin, ácido kójico, entre outros. Recentemente, foi introduzido um novo ativo para o tratamento de melasma, chamado cisteamina. A indicação e concentração de cada produto varia com o tipo de melasma (cor e profundidade do pigmento), tipo de pele (sensível, oleosa ou seca), tom da pele, e quais cremes o paciente já utilizou, visto que cada produto tem o seu tempo limite de uso. Em relação aos tratamentos orais, é possível o uso de ativos clareadores e antioxidantes, principalmente se maior exposição solar (no verão, por exemplo), que devem ser iniciados um mês antes da exposição. O paciente com melasma pode fazer alguns procedimentos em consultório como peeling, microagulhamento e laser Lavieen. Esses procedimentos devem ser feitos com cautela, por um profissional experiente, de forma a não agredir a pele.


Por último, gostaria de lembrar que o melasma é um problema crônico e recidivante da pele. Logo, quando a mancha clarear, é necessário um tratamento de manutenção durante todo o ano. Dessa forma, é possível evitar que essas temidas manchas voltem.

Dra Camila Gavioli- Dermatologista membro da SBD
CRM-DF 25511 RQE-DF 16863